"A pior coisa que já vi no inverno? Um homem morrer ao meu lado. Outro de camiseta e de bermuda direto no chão gelado, são várias cenas assustadoras!

Meu nome é Junior, tenho 27 anos, estou há 5 meses em situação de rua!

Eu jamais imaginei que algum dia iria dormir nas calçadas, mas a vida é uma caixa de surpresas.
O motivo que me levou a essa situação foram frustrações que tive ao longo da vida que acabaram me machucando e me levando até aqui.

Hoje faço minha reciclagem para sobreviver honestamente nessas ruas da selva de pedras.
Gosto muito de viver e o sentido da vida para mim é ser feliz da maneira que sou, sem precisar esconder nada de ninguém, na simplicidade."

"A maior dificuldade que eu passo na rua hoje é o frio e a chuva. No frio eu não consigo dormir.

Meu nome é Alcides, tenho 57 anos e estou há mais ou menos uns 5 anos em situação de rua. Nasci no estado do Maranhão, cheguei em São Paulo em 1988 junto com a ex-esposa, com quem tive 3 filhos. Vim atrás de condições melhores de vida e aqui fui porteiro por 25 anos.

O principal motivo por eu estar nessa situação foram as drogas, comecei na cocaína e depois por fraqueza e más influências conheci o crack. O crack é embaçado, quem não usa não entende do que eu estou falando.

É MUITO complicado, vocês acham que eu gostaria de estar nessa situação? Claro que não, eu perdi tudo que eu tinha por causa dessa droga. Meus filhos já vieram aqui nas ruas atrás de mim duas vezes.

Graças a Deus eu não roubo, faço meu corre. Uma vez peguei um pão para me alimentar, apanhei tanto, quase morri, foi para aprender. A pessoa faz praticamente qualquer coisa pela droga.”